Uma história para lembrar de professores que marcam!

Um professor.

Lembro-me que era 1992, estava na antiga 8ª série (ginásio). Ele era filósofo, e foi muito marcante quando em protesto ao “Massacre dos 111 Presos do Carandiru”, ele raspou a cabeça. Trazia temas polêmicos. Fez-me ler pela primeira vez “As veias abertas da América Latina". Fez-me rever minhas opiniões em formação: como ser ou não a favor da pena de morte, e me convenceu que deveria ser contra. Tenho no Nilson uma referência da minha formação humanista, ele abriu caminhos para pensar outras possibilidades de mundo. Talvez tenha sido meu primeiro amor acadêmico. Mas como toda história tem um porém, o Nilson se apaixonou por uma professora de ensino primário, se casou na igreja, mesmo sendo ateu, e foi morar em Boston, nos Estados Unidos, país que tanto criticava. Deixou a educação para entregar pizza. Se fiquei decepcionada? Na época sim, mas hoje Clarice Lispector me ensinou que “apesar de” sempre há algo a aprender, logo, apesar desse episódio, ainda devo a ele a iniciação de minhas escolhas humanistas, e sou feliz com isso, e hoje sendo professora, mesmo com tantas adversidades, sei que como ele deixarei um pedaço de mim em outras pessoas.

Janaína Monteiro - POIE (Professora Orientadora de Informática Educativa)

(Depoimento enviado em 14 de maio de 2008 para o Museu da Pessoa http://migre.me/1AqtN)



Comentários