Era uma casa nada engraçada...

Janeiro, 29.

Não tinha teto...não tinha mais nada!

Quando os europeus invadiram as terras, lotearam-nas e as distribuíram entre eles mesmos, não houve quem defendesse o direito de propriedade indígena porque os indígenas não tinham propriedade privada. Sendo assim cada brasileiro herdou, comprou, alugou, invadiu ou ocupou uma área que foi invadida há mais de 500 anos!

 Ah, mas é claro, alguns se beneficiaram do usucapião, não é mesmo? Estes beneficiários passaram a ser os "verdadeiros" donos, com documentos legítimos a partir de 1850 e apenas estes, legítimos proprietários, poderiam vender e revender o que originalmente não era deles. Lembrando que a abolição dos escravos só ocorreu em 1888, e, portanto, todos aqueles homens e mulheres não foram incluídos naquela "divisão territorial" de 1850! E em 1888, quando então, teoricamente, se tornaram "livres" não tinham dinheiro para comprar as tais legitimas propriedades.

Crescia assim o número dos sem teto devidamente legítimos deste país. Digo crescia pois os indígenas sobreviventes foram os primeiros sem teto! E os sem teto foram crescendo com o processo migratório, com o êxodo rural, com a pauperização dos trabalhadores.


Ter uma casa nesta sociedade é ter uma referência, é ter o seu "canto" no mundo. A maioria dos brasileiros não têm essa referência!

SOMOS TODOS PINHEIRINHO!